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Votos de Reconhecimento – Reunião de Câmara de 18 de julho

20 Julho, 2022
Na Reunião de Câmara de 18 de julho, a Vereadora Cília Seixo propôs um Voto de Reconhecimento aos Bombeiros e Bombeiras do concelho de Ourém, assim como um Voto de Pesar aos Oureenses vítimas dos incêndios que recentemente assolaram a parte norte do concelho, ambos aprovados por unanimidade.
Transcevemos na Íntegra os votos apresentados:
VOTO DE RECONHECIMENTO E GRATIDÃO AOS BOMBEIROS E BOMBEIRAS DE OURÉM
“Quando, ao longo da última semana, os oureenses que não foram diretamente afetados pelo fogo se resguardavam o máximo que podiam das temperaturas de 40 graus e se refugiavam em casa ou no trabalho protegidos pela sombra, ventoinhas ou ar condicionado, os bombeiros do nosso concelho, profissionais ou voluntários, enfrentavam temperaturas devastadoras, o fogo que alastrava incontrolavelmente, a ameaça do vento, o desespero e a angustia e, mais uma vez, sob uma pressão inqualificável, punham em risco a sua própria vida para salvar bens e pessoas.
Reconhecer o trabalho dos bombeiros e homenageá-los é um lugar comum; todos o temos feito, em muitas circunstâncias desde há muito. Mas desta vez foi diferente. Nunca o concelho foi afetado desta maneira por fogos florestais e nunca os bombeiros se depararam com uma tragédia tão grande e tão próxima de si e dos seus familiares e amigos. Combater o fogo e lidar com o desespero daqueles que perdem e/ou receiam perder tudo, é comum no trabalho dos bombeiros. Mas combater uma tragédia como a que se viveu na semana passada, ver desaparecer levado pelo fogo o que fez parte da sua vida desde sempre, lidar com o desespero de familiares, amigos e conhecidos, é uma situação nova, traumática, que exige mais do que alguma vez exigiu.
Os bombeiros são exemplos universais de altruísmo, superação e abnegação. Por isso os homenageamos. Os homens e mulheres bombeiros da Freixianda, Espite, Caxarias, Ourém e Fátima, na semana passada, além de serem tudo isto, tiveram que lutar com os seus próprios sentimentos e emoções, tiveram que se superar, manter a determinação, a concentração e o foco no meio de uma tragédia que os afetava diretamente, desdobrar-se no papel de vítimas e salvadores!
Por isso, neste momento a vereadora do PS e o PS Ourém não pode apenas agradecer ou homenagear como fez já outras vezes: tem que reconhecer de modo sentido e profundo a coragem, a determinação, o foco, o desprendimento, a capacidade de autossuperação, o altruísmo que na semana passada os homens e as mulheres bombeiros deste concelho arrancaram de si para enfrentar a maior tragédia natural que Ourém já viveu. MUITO OBRIGADA, a todos os bombeiros e bombeiras do nosso concelho!”
VOTO DE PESAR E SOLIDARIEDADE COM OS OUREENSES VíTIMAS DOS INCÊNDIOS E APELO ÀS JUNTAS DE FREGUESIA E EXECUTIVO
“Na semana passada Ourém viveu uma tragédia de dimensões únicas. O fogo que assolou a parte norte do concelho e os concelhos vizinhos, assumiu proporções incontroláveis, as populações ficaram sem auxílio, entregues a elas próprias e os danos e traumas vividos irão ficar por muito tempo na memória dos oureenses.
Face à situação, a vereadora do PS gostaria de deixar expresso um sentido voto de pesar pelos danos sofridos (físicos, materiais e psicológicos) e a sua solidariedade para com cada um dos oureenses que, no norte do concelho, na Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais e na freguesia de Espite, Matas e Cercal viveram momentos terríveis de pânico e angústia no combate ao fogo.
A tragédia vivida em 17 de junho e 15 de outubro de 2017, que julgávamos irrepetível, voltou com uma maior área ardida, mais danos materiais, mas felizmente, com muito menos mortes.
Passados menos de cinco anos, o cenário dantesco do fogo alastrou e alastra um pouco por todo o país e nos países vizinhos, e, com as temperaturas existentes, não há controlo possível. Dizem os especialistas que devemos estar preparados para, no futuro, viver situações atmosféricas como as que tivemos na semana passada, cerca de 10 vezes por ano! Portanto, as situações climatéricas propicias a incêndios destas dimensões irão repetir-se cada vez com mais frequência no futuro. E sobre isso, não há controlo possível.
Não podemos controlar a temperatura, mas podemos controlar o número de ignições (2/3 provenientes de comportamentos errados) e o estado dos terrenos onde ocorrem as ignições. Como dizem os técnicos, este tipo de incêndios não se combate, previne-se! E a prevenção é uma tarefa de todos: governo central, autarquias, juntas de freguesia, aldeias, lugares e pessoas!
Se o governo central tem um papel fundamental na disponibilidade de meios e recursos técnicos e financeiros para o combate, cabe a cada concelho e junta de freguesia a tarefa atempada de prevenir, não a ocorrência dos fogos, porque eles vão ocorrer, mas as condições em que ocorrem.
A proximidade e o conhecimento concreto do terreno da área da sua freguesia feita pela Junta, serão no futuro fundamentais. A limpeza, a abertura de caminhos, a identificação dos terrenos limpos e a limpar, a sensibilização e o auxílio aos proprietários, a educação e formação de TODOS os habitantes, nomeadamente os mais velhos, para saber lidar e o que fazer em situações de incêndio e fogo florestal na proximidade da sua residência, serão no futuro tarefas importantíssimas.
Vivemos uma época de muitos desafios para a humanidade e, portanto, para cada um de nós. Mas os incêndios, pela proximidade e destruição imediata, é o maior desafio de todos. Não podemos fazer mais nada quanto aos acontecimentos traumáticos vividos. Mas podemos fazer pelo futuro!
Por isso, a vereadora do PS deixa aqui um voto de pesar pelos acontecimentos e danos sofridos, mas deixa também um apelo a todos os oureenses, nomeadamente aos autarcas do nosso concelho: construam um plano de emergência e de ação de prevenção dos fogos em cada junta de freguesia, articulem-se com o município na criação de um plano municipal de prevenção que contenha, entre outras, medidas para fazer face ao inevitável:
1. Sensibilização, formação e educação de todos os oureenses para
     a. evitar ignições;
     b. identificar comportamentos de risco e denunciá-los;
     c. lidar com situações de fogo na proximidade de casa;
2. Mapeamento do território de cada freguesia com
     a. Identificação de terrenos limpos e não limpos
     b. Limpeza de caminhos e aberturas para combate ao fogo
     c. Identificação, alerta e ajuda aos proprietários dos terrenos
Temos consciência da dificuldade que tudo isto representa. Temos consciência da complexidade do sistema, dos inúmeros organismos, instituições e equivalentes “capelinhas” por onde tem que se passar. Mas também temos consciência de que a nossa vida depende da nossa ação. Esta é a hora de nos focarmos nas soluções (não nos problemas) e agir!
Na semana passada Ourém viveu uma tragédia de dimensões únicas, mas esta tragédia não será a única! Temos que estar todos bem cientes disso, e já e atempadamente sair da nossa zona de conforto, mobilizar esforços, galgar dificuldades, construir e pôr em prática um plano de medio longo prazo para fazer face a este inimigo comum! Sob pena de, se não o fizermos, literalmente, não restar pedra sobre pedra!”
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