O Presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Miguel Albuquerque, reuniu, esta quinta-feira, com o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, a propósito dos constrangimentos identificados pelo Município na área em questão, num encontro decorrido no Ministério da Saúde, em Lisboa, no qual também tomaram lugar o Deputado da Nação e Presidente da Assembleia Municipal de Ourém, João Moura, e o Chefe do Gabinete de Apoio à Presidência, Filipe Baptista.
Face ao exposto por Luís Miguel Albuquerque, o Secretário de Estado da Saúde, comprometeu-se a analisar a viabilidade da criação de um novo serviço de urgência no Centro de Saúde de Ourém (SAP – Serviço de Apoio Permanente), a funcionar durante a semana, por forma a aliviar a afluência de munícipes oureenses ao Serviço de Urgências do Hospital de Santo André, em Leiria.
A demora do atraso na assinatura dos protocolos pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e respetiva justificação, foi outro dos temas que António Lacerda Sales se comprometeu a analisar, assim como as reais motivações que têm levado o Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) a encaminhar utentes oureenses para o Hospital de Abrantes e não para o de Leiria. A este propósito, aliás, Luís Miguel Albuquerque fez saber que “o Município de Ourém considera esta situação incorreta, propondo uma articulação mais estreita entre as entidades competentes, a bem de uma seriação diferenciada, conforme já tinha sugerido na reunião entre o Presidente da Câmara e a Ministra da Saúde”, Marta Temido, em abril do ano passado.
Por mais médicos e enfermeiros
Neste encontro, Luís Miguel Albuquerque expôs outros assuntos prementes, como a falta de profissionais do sector, nomeadamente médicos. Neste sentido, o autarca considerou que o concelho de Ourém, sendo o segundo maior do distrito em termos de população, “está muito mal servido”.
O Presidente sublinhou a ausência de médicos, tanto nas duas unidades de saúde familiares sediadas nas cidades de Ourém e Fátima, como nas 14 unidades de cuidados de saúde personalizados espalhadas pelo concelho. Contas feitas, a USF Fátima conta com 7 médicos para 12675 utentes ali inscritos, enquanto a USF Auren tem 4 médicos para 6958 utentes. No total das 14 USCP, contam-se apenas 14 médicos de família para 25665 utentes inscritos em cada uma destas unidades.
Luís Miguel Albuquerque alertou ainda para o facto de existirem cerca de 1300 utentes sem médico de família, 1000 dos quais inscritos em Ourém e 300 inscritos na UCSP Caxarias. Mais: estando prevista a reforma de dois profissionais durante este ano, é expectável que o cenário piore neste capítulo, sobretudo tendo em conta que o número de utentes tem vindo a aumentar nas cidades de Ourém e Fátima. Além da falta de médicos, regista-se igualmente a necessidade de enfermeiros nos serviços do concelho.
Horário alargado em Ourém
Sublinhando que o Centro de Saúde de Ourém não conta com serviço de urgência durante a semana, o Município propôs o alargamento do horário, a criação de uma urgência e consequente contratação de mais médicos.
Luís Miguel Albuquerque sugeriu que a Secretaria de Estado analise a possibilidade de dotar o Hospital de Tomar com um serviço de urgência Médico-Cirúrgica, uma medida que poderia resolver parte do problema dos utentes oureenses, já que esta urgência existe apenas em Abrantes.
Os assuntos em questão já tinham sido debatidos em abril de 2019, com a própria Ministra da Saúde, mas a ausência de avanços desde então, levou o Município a reforçar a sua preocupação junto da Secretaria de Estado.
Mais extensões de saúde no concelho
Enquanto aguarda por respostas de Ministério e da Secretaria de Estado da Saúde, a Câmara Municipal de Ourém avança no sentido de minimizar constrangimentos, sempre dentro das suas possibilidades. A este propósito, já decorrem as obras de execução das extensões de saúde de Alburitel, Olival e Sobral, estando igualmente em ponderação medidas relacionadas com a melhoria dos serviços em Caxarias, Fátima e Rio de Couros.