O Auditório Cultural do Antigo Edifício dos Paços do Concelho acolheu, esta segunda-feira, dia 25 de novembro, o segundo dia das Jornadas da Ação Social, sob o tema “Envelhecimento – Desafios para o Futuro / Perspetivas para o Século XXI”. O dia contou com a participação de especialistas da área da gerontologia, direito e saúde pública, que partilharam perspetivas e conhecimentos sobre os desafios e oportunidades do envelhecimento no contexto da sociedade atual.
A sessão de abertura esteve a cargo de Micaela Durão, Vereadora com o Pelouro da Ação Social e Saúde da Câmara Municipal de Ourém, que destacou a importância de abordar o envelhecimento de forma inovadora e inclusiva, sublinhando o papel das políticas locais na promoção de um envelhecimento saudável e na criação de respostas sociais adaptadas às necessidades da população sénior. Lídia Gameiro, Diretora do Núcleo de Respostas Sociais do ISS, marcou igualmente presença reforçando o compromisso da Segurança Social no apoio aos idosos e no desenvolvimento de estratégias conjuntas com as autarquias. Lídia Gameiro apresentou o Serviço de Apoio Domiciliário, apontando os principais méritos, desafios, mas também dificuldades do serviço, realçando a necessidade da comunicação e efetiva relação com o indivíduos e respetivas famílias.
Bruno Soares, gerontólogo da Câmara Municipal de Ílhavo, conduziu o primeiro painel com uma intervenção intitulada “Maior Idade: Envelhecer com Criatividade”. Bruno Soares apresentou os vários projetos desenvolvidos no seu Município, com enfoque na continua e permanente necessidade de transformar a forma como se encara o envelhecimento, defendendo abordagens inovadoras e disruptivas que valorizem a criatividade e o envolvimento ativo dos idosos na sociedade. Dos vários projetos desenvolvidos nas diversas áreas, o técnico destacou o Laboratório do Envelhecimento, um projeto de investigação que cruza investigadores e técnicos com a comunidade sénior e que desenvolve atividades e ações de acompanhamento para pessoas com mais de 65 anos.
O segundo painel ficou a cargo de Otília Pires, jurista da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), que abordou a temática da Evolução e os Desafios do Novo Regime Jurídico das Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas. A jurista fez uma abordagem da evolução do regime jurídico ao longo dos anos, elencando as várias mudanças legislativas e a forma como condicionam o funcionamento das instituições para idosos, debruçando-se sobre a Portaria n.º 349/2023 de 13 de novembro, que define as condições de organização, funcionamento e instalação para estruturas residências de pessoas idosas e destacou aspetos como a qualidade e personalização dos serviços prestados, a promoção do envelhecimento ativo ou envolvimento dos familiares das pessoas referenciadas, bem como a redução da exigência para estruturas com menor dimensão e a consagração de diretos e deveres dos residentes, entre outros.
José Manuel Silva, Presidente da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, apresentou o último painel da manhã, com uma reflexão em torno da “Longevidade Positiva: Viver Mais, com Melhor Saúde e Felizes”. José Manuel Silva iniciou a sua intervenção definindo como essencial a alteração do paradigma relativamente à velhice. Desenvolveu o conceito longevidade positiva, abordando a importância de todo o processo decisório que permite preparar o futuro para uma longevidade positiva, destacando aspetos como a alimentação, hábitos saudáveis, interações sociais positivas e familiares ou a saúde mental. José Silva defendeu ainda que a longevidade esteja acompanhada de uma boa qualidade de vida, enfatizando a importância de estilos de vida saudáveis e sublinhou ainda que as políticas de saúde devem adaptar-se ao contexto atual, promovendo o bem-estar físico e emocional dos idosos.
A manhã culminou com uma mesa redonda, onde foram discutidos “Desafios e Perspetivas para o Século XXI”. Os intervenientes debateram questões cruciais relacionadas com o futuro das ERPI, políticas de apoio ao envelhecimento, assim como os desafios do aumento da longevidade e as transformações necessárias para assegurar que a população idosa tenha uma vida digna e ativa.
O programa das Jornadas da Ação Social para esta segunda-feira terminou com a segunda edição da iniciativa “Tempo para mim”, que decorreu no Centro Comunitário de Voluntariado de Ourém. Esta ação pretende ser um espaço de reflexão em torno da importância do bem-estar da mulher no que diz respeito ao seu tempo próprio, numa dinâmica de grupo que permite refletir, relaxar e libertar emoções de forma a conferir um sentimento de bem-estar, amor-próprio e segurança.