O Papel do Dinheiro, por Mala Voadora *
01 Abr | 10:00 | Público Escolar
Teatro | Sala Principal TMO

A mala voadora gosta de imagens, gosta de objetos que veiculam imagens, de coleções desses objetos, e dos processos de classificação que, mais objetivos ou mais sentimentais, são usados para ordenar coleções. Também gostamos de deslocar para o teatro esse tipo de material (que o jargão da arte contemporânea inscreve no âmbito do “arquivo”) por ele ser tão ficcional – pelas imagens que contém e pela história das próprias coleções – e, ao mesmo tempo, estranho à tradição do teatro.
As imagens são bidimensionais e costumam ter um modo de existir que é permanente; estão ali, paradas. O teatro não. E o teatro pode transformar-se para que sejam essas imagens colecionáveis os seus protagonistas. Foi isso que fizemos em 2005, em philatélie, com uma coleção de selos, e foi isso que voltámos a fazer agora com notas. Elas são manuseadas sobre uma mesa, analisadas, combinadas e mostradas em tempo real, ampliadas para grande formato, desta vez cheias de brilho, num écran led. Também como em philatélie, convidámos Miguel Rocha para escrever o texto, e sobre esse texto ele escreveu:
Esta viajem começa numa nota de 20 escudos, um Santo António verde e muito macio, numa história da infância do narrador em que a nota é literalmente dissecada nos seus constituintes. Após uma rápida apresentação das notas portuguesas anteriores ao euro, partimos à boleia duma caravela de 500 escudos. Chegamos à China, onde vamos conhecer Kublai Khan e a origem do papel voador. Daqui partimos montados num dragão, seguimos num périplo que irá dos desertos gelados aos mares do sul. Visitaremos palácios, florestas, pinguins e, não poderia deixar de ser, a Rainha de Inglaterra. Cada nota oferecendo nos seus detalhes pistas para novas viagens, outras histórias e insólitas descobertas. Com as notas de banco a perder visibilidade a cada dia que passa, que tal fazer algo divertido com elas? Partindo da observação da anatomia da nota, analisando as muitas e variadas marcas que ostenta, aproveitamos a volatilidade do papel-moeda para viajar pela geografia e história do mundo.
O papel do dinheiro é uma pequena história do mundo em pequenos pedaços de papel.
Classificação etária: M/6
Duração: 40 minutos
Cineclube Albardeira | Tomar a Liberdade
01 + 08 + 15 + 22 + 29 Abr | 21:00 | 3€
Cinema | Sala Estúdio TMO
Liberdade: não pesa mais do que nos outros meses, mas é em abril que a palavra está em flor, e o cravo brota das nossas bocas. O Cineclube Albardeira dá o ecrã a quem luta por esse bem maior, fugindo pela dignidade, para encontrar uma comunidade – contra o ódio e a barbárie.
01 ABR | EU, CAPITÃO (2023, MATTEO GARRONE)
| Escolha do Público |

Inspirada em relatos da vida real, esta é a odisseia de Seydou e Moussa, que partem do Senegal para a Europa. A amizade entre os dois primos sustenta uma viagem que rapidamente se revela desumana: entre a dura travessia pelo deserto do Sara e a tortura mais atroz na prisão, encontram nos sonhos, na camaradagem e num pouco de fantasia o alento possível.
08 ABR | A HISTÓRIA DE SOULEYMANE (2024, BORIS LOJKINE)

Como escreveu o crítico Vasco Câmara, “vemo-los todos os dias, não sabemos nada deles”. A História de Souleymane, ficção realmente visceral, é a oportunidade de conhecermos um estafeta vindo da Guiné-Bissau: dia e noite a pedalar por Paris, sem chão nem paz, a preparar-se para a entrevista que determinará se terá direito de asilo.
15 ABR | ORGULHO (2014, MATTHEW WARCHUS)

Em 1984, os mineiros britânicos declararam uma das maiores greves de sempre; por um instante, gays e lésbicas ativistas deixaram de ser os alvos da repressão policial. É então que se decidem aproximar da causa mineira, em solidariedade, mas esta parece ter vergonha desse apoio – e alguns ativistas queer não estão completamente convencidos. Será possível a camaradagem?
22 ABR | NO OTHER LAND (2024, BASEL ADRA, HAMDAN BALLAL, YUVAL ABRAHAM E RACHEL SZOR)
| Óscar 2025 para Melhor Documentário |

Basel Adra, um jovem ativista palestiniano de Masafer Yatta, na Cisjordânia, luta desde a infância contra a expulsão em massa da sua comunidade pelas autoridades israelitas. Ao documentar a destruição das aldeias da sua região natal em câmara lenta, conhece Yuval, um jornalista israelita, que se torna o seu braço-direito.
29 ABR | CROSSING: A TRAVESSIA (2024, LEVAN AKIN)

De quantos quilómetros se faz o perdão? Seguimos nas pisadas de Lia, professora reformada que viaja da Geórgia até Istambul, na Turquia, percorrendo os cantos menos óbvios da cidade – tudo em busca da sua sobrinha trans, Tekla, desaparecida após a rejeição da família. O jovem Achi serve-lhe de guia e tradutor; pelo caminho, conhece Evrim, advogada que luta pelos direitos trans.
A Flor e o Peixe, de Catarina Câmara | PLAY FALSE – Associação Cultural *
02 Abr | 10:00 + 14:00 | Público Escolar
Teatro | Sala Principal TMO

Os livros de José Saramago, possuem a marca de nascença dos textos nómadas, itinerantes, que transcendem a sua própria história para se encontrarem na história de quem os lê e volta a contar.
E quem conta um conto, acrescenta um mundo.
A partir de dois contos do autor, “A Maior Flor do Mundo” e “O Silêncio da Água”, recontados e ampliados pela escrita de Afonso Cruz e pelo universo imagético de Catarina Câmara, vamos explorar as noções de fronteira, o prazer e o medo, as convenções espaciais e morais, a experiência estética como bússola ética que nos guia através dos sentidos e da imaginação. Partindo destas duas obras de Saramago, recriamos a sua irreverência criativa e visionária, através do pensamento e das metáforas da dança, pretendendo ir ao encontro da natureza mais profunda das suas histórias: os impasses e as encruzilhadas do Humano.
Este é um espetáculo sobre a pessoa-criança e o seu desejo de outorgar sentido ao mundo, através do mundo, gestando mundo, num entrosamento profundo e comprometido com o poder da errância. “Vou ou não vou?” é a pergunta que emerge do silêncio.
Classificação Etária: M/6
Duração: 35 min. + conversa após espetáculo
Projeto Aurora, de Inês Melo | RAIAR – Laboratório Criativo *
3 Abr | 11:00 + 14:00 | Público Escolar
Teatro | Sala Principal TMO

E se ninguém tivesse acreditado que a Liberdade e a Democracia mereciam o seu sacrifício?
Há coisas muito importantes que não vêm nos livros da Escola, mas que não devem ficar por contar. A história de Aurora Rodrigues na PIDE é uma delas.
Aurora é a mulher portuguesa que esteve mais dias na tortura do sono. Tinha 21 anos quando foi detida e levada para Caxias. Antes de 1974, a polícia política do Regime prendia para investigar e a tortura era o método mais eficaz durante os interrogatórios.
Aurora sobreviveu a mais de 380 horas de tortura. Foi ostensivamente humilhada, agredida, espancada, torturada e massacrada por lutar contra a Ditadura e defender o fim da Guerra Colonial. Resistiu. Acreditou, até ao fim, que a Liberdade e a Democracia mereciam o seu sacrifício.
E nós? Será que honramos o privilégio de termos nascido livres?
Durante 70 minutos vamos relembrar – na pele – o que acontecia dentro das prisões políticas e abrir o debate para repensarmos sobre os nossos direitos e liberdades. Hoje, mais de cinquenta anos depois, será que sabemos o valor da Liberdade?
O PROJETO AURORA é uma homenagem a Aurora Rodrigues e a todas e todos os presos políticos que lutaram para que, hoje, cada um de nós possa ser, sonhar e fazer o que quiser. Cabe-nos, a todos, honrar Abril.
Classificação Etária: M/14
Duração: 70 min.
Conversas de Boca Aberta | Teatro Nacional D. Maria II *
03 Abr | 16:00 | Acesso gratuito com inscrições obrigatórias
Encontro | Sala Estúdio TMO

Conversas de Boca Aberta são uma série de encontros que visam pensar e potenciar as relações entre instituições culturais e educativas, através da partilha de experiências, práticas e conhecimentos. Coorganizadas pela equipa do D. Maria II, pelo Plano Nacional das Artes e pelo Município de Ourém, estas conversas convocam os agentes das áreas da cultura e da educação locais, contribuindo para o desenvolvimento do projeto Boca Aberta na região.
Esta iniciativa de acesso gratuito é dirigida a agentes da cultura e educação (técnicos de equipamentos culturais, profissionais de educação e mediação cultural, encarregados de educação, programadores e artistas), com o objetivo de continuar a conversar sobre temas relacionados com a criação e programação artística para a infância, mas também estabelecer linhas e estratégias comuns entre os vários parceiros do projeto.
Boca Aberta é uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI, e em parceria com o Plano Nacional das Artes e os Municípios de Lagos, Ourém e Ponte de Lima.
Fotografia: João Versos Roldão

Com Francisca Sobrinho + Francisco Pereira de Almeida + Virgílio Castelo
Michelle, uma rapariga francesa lusodescendente, vem a Portugal, contra a vontade da família, na tentativa de encontrar um homem que pode ser o seu avô biológico. Além deste homem, cuja existência está rodeada de mistério, Michelle esbarra com a crua realidade de uma comunidade de migrantes do Sul do país. Esta tragédia contemporânea constrói-se como “um drama familiar intergeracional sobre trauma, abandono e separações.”
Sul é a segunda parte de um díptico dedicado às migrações, com texto e encenação de Tiago Correia, iniciado com O Salto, peça sobre a emigração portuguesa clandestina no início dos anos 70. Entre uma e outra obra, procuram abrir-se caminhos para uma reflexão mais ampla sobre os temas da memória (ou do esquecimento) e da “volatilidade das relações humanas contemporâneas”.
Classificação Etária: M/14
Duração: 75 min.
ADAGIO | 4º Encontro Internacional de Dança
12 a 15 Abr
Dança | Teatro Municipal de Ourém

O ADAGIO é um encontro internacional destinado à promoção da dança. Procura reunir alunos e professores de dança num ambiente de partilha e entrega.
Conta com uma competição que se divide em duas categorias: Amadora (jovens bailarinos que praticam até 5 horas semanais em dança) e Pré-profissional (jovens bailarinos que praticam 6 ou mais horas semanais em dança).
Para além da competição o ADAGIO inclui apresentações, masterclasses, formação para professores e conversas temáticas.
Mais informações em https://www.adagiointernationaldance.com/

Composta em 1720 e publicada, em Amesterdão, em 1725 com poemas que explicavam o que a música pretendia evocar, As Quatro Estações, do italiano Antonio Vivaldi, é provavelmente uma das peças mais conhecidas da música clássica. Esta obra-prima, que merece ser ouvida repetidamente, chega ao Teatro Municipal de Ourém pel’Os Músicos do Tejo, naquele que será um momento único para descobrir (ou redescobrir) uma obra fundamental da música. Nesta interpretação, os poemas serão ouvidos em tradução portuguesa e, num espírito original e comunitário, o concerto terá não um, mas vários solistas a recriar os diferentes andamentos que a compõem.
Fundado em 2005 e dirigido por Marcos Magalhães e Marta Araújo, o agrupamento Os Músicos do Tejo tem desenvolvido um percurso assinalável no panorama europeu da música antiga. Festejaram em 2023 os 18 anos de existência num evento filosófico-musical com a presença de Peter Sloterdijk. O seu trabalho tem sido orientado por dois eixos complementares: dar a conhecer obras do património musical português inéditas ou pouco acessíveis, mas também desenvolver projetos inovadores e transdiciplinares, com artistas atuais, com vista a refletir criativamente sobre a música e o seu papel na sociedade de hoje.
Classificação Etária: M/6
Duração: 90 min.

Os 60 anos de carreira de Paulo de Carvalho resumem etapas fundamentais e decisivas da música portuguesa, sempre associadas a uma voz extraordinária que faz dele, hoje e sempre, o intérprete inexcedível da nossa vida musical.
No espetáculo que apresenta em Voz e Piano executado por Hélder Rodrigues, acompanhado da Sociedade Filarmónica Ouriense, Paulo de Carvalho contará, entre as cantigas, algumas histórias carismáticas que deram origem às mesmas, e promete um repertório cuidadosamente selecionado – que percorrerá todo o seu notável percurso desde os grandes clássicos, passando pelas músicas mais recentes e também pelos sucessos que escreveu para outros.
Este vai ser um espetáculo especial, com um outro lado de Paulo de Carvalho. Será assim uma oportunidade única de assistir à interpretação dos temas que mais lhe tocam, e também os seus maiores sucessos, proporcionando uma experiência inesquecível para todos os presentes.
Classificação etária: M/6
Duração: 90 minutos
*programação integrada na Festa do Livro de Ourém 2025
BILHETES
Bol.pt (bit.ly/m/TMO) | Lojas Worten, Fnac, CTT
Bilheteira TMO | 4ª a 6ª | 13:00 – 19:00
Dias de espetáculo | 2 horas antes do início
bilheteira.tmo@cm-ourem.pt | 916 591 231